sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Brócolis e Couve-flor

Doenças do Brócolis e Couve-flor

Brócolis Avenger
O brócolis (Brassicae oleracea var. itálica) é uma planta verde escura da mesma família da couve, couve-flor, do repolho e do agrião (brassicacea). Produz inflorescências (conjunto de flores) comestíveis. Podem ser do tipo “cabeça”, ou do tipo “ramoso”. É fonte de vitamina C, A, cálcio, ferro, fósforo e fibras. É uma cultura exigente em adubação de micronutrientes, especialmente boro e molibdênio. A colheita deve ser feita quando os botões florais estão bem desenvolvidos, ainda com coloração verde-escuro, mas antes da abertura das flores.
A variedade Avenger tem cabeça de formato redondo, baixa brotação lateral, granulação fina, florete definido, cabeça grande, compacta e pesada, e coloração verde intensa. Esta variedade não acumula água, minimizando podridão de cabeça, possui maior aproveitamento de nutrientes, qualidade industrial sem necessidade de cortar, versatilidade e qualidade visual e é maior pós-colheita.

Couve-flor Sharon
A couve-flor (Brassicae oleracea var. botritys) é uma hortaliça rica em cálcio e fósforo e fonte de folato e vitamina C. A parte comestível é a inflorescência (conjunto de floretes) ainda imatura, antes da abertura das flores. As mudas devem ser produzidas em substrato enriquecido com cálcio e fósforo e pobre em nitrogênio. Assim como o brócolis, é muito exigente em adubação com boro e molibdênio. Deve-se irrigar bem a lavoura de couve-flor, mas sem excesso, para não favorecer o aparecimento de doenças. Algumas folhas devem ser mantidas para a proteção da cabeça durante o transporte que, preferencialmente, deve ser feito sob refrigeração.
A variedade Sharon é um híbrido de meia-estação que produz plantas vigorosas e de cabeça grande. Tem boa adaptação às condições tropicais, rusticidade e versatilidade. É também resistente à doenças como Podridão Negra.


As principais moléstias das brássicas são:
Doenças de origem fúngica:

FUSARIOSE OU MURCHA DE FUSARIUM (Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans)
Murcha de Fusarium
Manifesta-se pelo amarelecimento das folhas, geralmente de um lado só da planta, a princípio, e partindo das folhas mais baixas, que podem necrosar. Pouco a pouco o amarelecimento se estende às folhas terminais, e é limitante para o desenvolvimento da planta, que, eventualmente, murcham e morrem. Uma seção transversal do caule mostra uma série de zonas ou pontos pretos que correspondem aos vasos invadidos pelo fungo.

A moléstia é mais séria durante o período mais quente, podendo iniciar em plantas de apenas 15 dias.


MÍLDIO (Peronospora parasítica)
Ocorre especialmente nas sementeiras de couve-flor, podendo causar sérios prejuízos. Ataca as folhas, caules e inflorescências. O míldio caracteriza-se pela formação de lesões foliares, de formato circular, inicialmente cloróticas, progredindo lentamente para necróticas. Na face inferior da folha, correspondente à área clorótica ou necrótica da face superior, observam-se frutificações do fungo, de coloração esbranquiçada.
Mildio em mudas de couve-flor
Quando as condições do ambiente são favoráveis à moléstia, as manchas das folhas ampliam-se rapidamente, formando áreas amareladas na página superior e o revestimento branco (frutificações do fungo) intensifica-se, sendo mais bem observado.
Em sementeiras de couve-flor semeada na época fria do ano, as mudas podem ser severamente atacadas, morrendo. Condições de alta umidade são propícias ao fungo.




MANCHA DE ALTERNARIA (Alternaria brassicae; A. bassicicola; A. raphani)
Em sementeiras causa necrose do cotilédone e hipocótilo e “damping-off”, podendo ocorrer enfezamento ou morte da plântula; em plantas adultas causa lesões circulares, concêntricas e com halo clorótico nas folhas, hastes florais e caule.
Mancha de Alternaria
As manchas causadas por A. brassicicola nas folhas são menores que aquelas de A. brassicae e a coloração é mais escura, quase negra. Os sintomas típicos de A. brassicicola ocorrem nas partes florais, principalmente na couve-flor. A cabeça da couve-flor pode apresentar numerosas manchas semelhantes àquelas que ocorrem na haste floral. As lesões normalmente encontram-se recobertas pelas estruturas do fungo. A. raphani produz lesões necróticas e concêntricas nas folhas e nos caules de nabo e rabanete.




HÉRNIA (Plasmodiophora brassicae)
Hérnia
As plantas podem ser afetadas desde a fase de sementeira, mas sem mostrar sintomas na parte aérea. Com o desenvolvimento da doença, ocorrem subdesenvolvimento e murcha da planta nas horas mais quentes do dia. Nas raízes, ocorre a formação de galhas em função da hipertrofia das células e dos tecidos colonizados pelo fungo. As galhas têm tamanho variado, desde poucos milímetros até dez ou mais centímetros em diâmetro.







De origem bacteriana:


PODRIDÃO NEGRA (Xanthomonas campestris pv. campestris)
Podridão Negra em folha de couve-flor
Os primeiros sintomas da enfermidade são notados na folha, próximo às margens. Aparecem pequenas zonas amareladas que progridem em direção ao pecíolo, geralmente formando áreas em forma de V, com a base voltada para o pecíolo. Nessas áreas, as nervuras são de coloração escura; mais tarde, os tecidos das zonas cloróticas apresentam-se necrosados, tornando-se desidratados, de consistência papirácea. Em alguns casos, observa-se subdesenvolvimento, murcha, queda prematura de folhas e apodrecimento das plantas afetadas.


PODRIDÃO MOLE (Erwinia carotovora subsp. carotovora)
Podridão Mole
Normalmente, a doença manifesta-se em plantas com bom desenvolvimento vegetativo. Sob condições de temperatura e umidade adequadas, a bactéria penetra nos tecidos da planta através de ferimentos e causa encharcamento. O tecido colonizado torna-se mole e, muitas vezes, apresenta secreção de líquido com odor fétido. O órgão afetado apodrece rapidamente.






MANCHA FOLIAR TRANSLÚCIDA (Pseudomonas syringae)
Mancha Foliar Translúcida
Os sintomas são observados principalmente nas folhas inferiores, onde são notadas lesões inicialmente translúcidas, levemente avermelhadas, com halo amarelo. Em ataques severos, as folhas tornam-se amarelas e posteriormente caem.









Doenças de origem virótica:

MOSAICO DA COUVE-FLOR (“Cauliflower mosaic vírus”)
Os sintomas observados são clareamento das nervuras, que progride da base para todo o limbo das folhas novas; enações e distorções foliares; pintas necróticas, perceptíveis na face inferior das folhas. As folhas mais velhas não exibem sintomas.

Nematoses:

NEMATOIDE-DAS-GALHAS (Meloidogyne spp.)
Sintomas causados por Meloidogyne spp.
em raiz de brócolis
Os nematoides-das-galhas pertencem ao gênero Meloidogyne e são parasitas obrigatórios de inúmeras espécies de plantas. Dentro do gênero Meloidogyne há inúmeras espécies causadoras de moléstias na agricultura que podem parasitar praticamente todas as hortaliças folhosas e causam danos que variam de acordo com a espécie envolvida, espécie cultivada, época do ano e práticas culturais utilizadas na lavoura.
O sintoma mais visível ao ataque de nematoides-das-galhas é a presença de galhas e/ou inchaços nas raízes com formato arredondado. As raízes infectadas são geralmente mais curtas e com menor número de raízes laterais. Podem ocorrer ainda sintomas adicionais na parte aérea devido à deficiência na absorção de água e nutrientes pelas raízes, tais como, nanismo nas plantas, amarelecimento, cabeças menores, mais leves e folhas mais soltas e murchas. Outro sintoma observado nas raízes devido a infestação pelo nematoide-das-galhas é o apodrecimento do sistema radicular devido a abertura da porta de entrada para outros patógenos como fungos de solo e bactérias.



Há ainda a PODRIDÃO PARDA causada pela deficiência de boro na planta. Os sintomas externos manifestam-se na cabeça, pedúnculos florais, caule, pecíolos, nervuras e limbos. Na cabeça da couve-flor aparecem, inicialmente, zonas de coloração pardo-ferruginosa de áreas variáveis que se vão dilatando gradativamente até envolver toda a superfície.
Quando ocorrem chuvas, por ocasião do aparecimento dessa descoloração, desenvolve-se comumente uma podridão mole nos tecidos afetados; no processo de putrefação, a inflorescência da couve-flor apresenta os tecidos superficiais inicialmente transformados em massa mucilaginosa para terminar totalmente decomposta, tomando então uma coloração quase negra. Essa putrefação geralmente desprende odor desagradável, típico da podridão mole.
Podridão Parda causada pela falta de Boro na planta.

Na época seca os tecidos afetados permanecem firmes, resistentes ao tato, não se observando normalmente ocorrência de putrefação, mas apenas paralisação do desenvolvimento da cabeça.
No caule, pedúnculos florais, pecíolos e nervuras principais, aparecem manchas de aspecto congestionado, tipo edema, que precedem a formação de excrescências corticosas. Quando estas excrescências aparecem no caule e pedúnculos florais, têm aspecto sarnento ou rugoso repugnante, e são de coloração amarelo-camurça ou amarelo-claro.
Nas nervuras as excrescências aparecem em extensões variáveis, geralmente ao longo das nervuras principais, na face ventral da folha, e têm coloração escura.
As folhas mais velhas das plantas enfermas podem apresentar áreas cloróticas entre as nervuras, principalmente nos bordos. Frequentemente as folhas mais novas que envolvem a cabeça apresentam-se atrofiadas ou mal formadas.


Referências

MAY, André; et. al. A CULTURA DA COUVE-FLOR. Campinas: Instituto Agronômico. 2007. p. 23-24.
CAMARGO, Leocádio de Souza. AS HORTALIÇAS E SEU CULTIVO. 2ª ed. Campinas: Fundação Cargil. 1984. p. 168-178.
H, Kimati; et. al.. MANUAL DE FITOPATOLOGIA: Doenças das Plantas Cultivadas. Vol. 2. 3ª ed. São Paulo: Agronômica Ceres.1995-1997. p. 297-306.
http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/publicacoes2010/ct_89.pdf

12 comentários:

  1. Qual produto deve ser usado pra alternaria

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    1. uma boa nutrição equilibrada com macro e micro nutrientes já irá reduzir bastante a incidência da doença, reforçar a nutrição com Cobre.
      Controle biológico com bacillus subtilis e/ou extrato de melaleuca.
      Controle com pulverizações com defensivos químicos protetores associado com sistêmicos da família triazol.

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  2. Qual produto deve ser usado pra alternaria

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  3. Meu blocólis está com folhas mancadas e secas o que devo fazer pra evitar isso

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  4. Avanger é a pior coisa que inventaram

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  5. O que fazer para combater a doença

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  6. Assim que o blocolis foi plantada , após uns 10 dia , as folhas começaram a ficar rocha , oq pode ser??

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    1. deficiência de Fosforo, provavelmente.
      Corrigir solo com adubo fosfatado e adicionar uma quantia para extração da cultura

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  7. Brócolis Br68 ela um dos melhores validade em resistência a doença em qualquer época do ano!mas hoje com a mudança genética ficou muito fragilizada em fungos e bactérias.😂👎👎👎🤧😷😂👿👿👹!!!..🍃....

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  8. meus brocolis estao com a folha roxa o que pode ser

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  9. Gostaria de saber pq as folhas do brócolis ficam enrugadas e o que devo fazer

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